sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Exaltação ao pioneirismo da cultura negra


Quando falamos da construção da identidade do povo brasileiro a presença africana possui um espaço de destaque nesse contexto, pois mesmo atravessando o oceano em condições subumanas, os africanos encontraram uma forma para introduzir suas raízes em uma terra distante e desconhecida. Nos quatro cantos do país, o elemento africano teve a sabedoria necessária para inserir suas especificidades (crenças e cultura). A arte, culinária e cultura são alguns exemplos em que podemos perceber a influência africana na construção dos pilares da sociedade brasileira.
Na Amazônia, a presença africana também vai ser marcante e em Macapá não vai ser diferente. Os 250 anos da capital do estado do Amapá revelam um capítulo importante da ocupação do espaço amazônico.
De acordo com os registros históricos, os primeiros africanos chegaram a Macapá no século XVIII juntamente com algumas famílias portuguesas que pretendiam colonizar parte do norte da África, mais precisamente Mazagran – hoje Marrocos. Os conflitos religiosos entre mouros e cristãos foi o que motivou a vinda dos lusitanos com os primeiros negros para as terras tucujus.
E quando Macapá completa seus 250 anos ouvi-se falar frequentemente dos pioneiros destas terras. Causa-nos certa apreensão saber se a sociedade irá lembrar dos pioneiros da cultura afro-macapaense. Se isso não acontecer será erro gravíssimo, pois uma das principais características culturais do estado e, sobretudo de Macapá é de origem africana.
É por isso mesmo que nós do movimento hip-hop amapaense temos o compromisso de celebrarmos a resistência da cultura da África à diáspora. Essa postura tem uma explicação muito simples. O hip-hop é um movimento essencialmente negro.

Surgimento

O que hoje conhecemos como movimento hip-hop tem sua origem na Jamaica, quando um DJ chamado Kool Herc cria uma espécie de “canto-falado” baseado em cerimônias religiosas de comunidades tradicionais jamaicanas. A partir daí, temos o embrião do rap (ritmo e poesia em inglês), um dos quatro elementos do hip-hop. É importante ressaltar que esses ritos tradicionais jamaicanos eram praticados por anciãos, chamados de griot (detentores do saber). Isto representa que o hip-hop já nasce tendo como referência a ancestralidade africana. Além disso, quando o movimento hip-hop chega a América do Norte, seu principal propagador será Afrika Bambata, criador de uma das maiores organizações de hip-hop do mundo – a Nação Zulu (Zulu Nation). Mais uma vez o hip-hop faz menção a África.
Ao mesmo tempo em que o movimento toma a cultura africana como referência quebra-se paradigmas, pois o hip-hop propõe uma nova reflexão acerca do continente africano e seus elementos. O hip-hop na sua concepção apresenta uma África não marcada pela miserabilidade e atrocidades, mas sim um continente caracterizado por uma cultura rica e diversificada.
É por esse prisma que o movimento hip-hop amapaense trabalha a cultura negra por meio da música, dança e arte plásticas. Nessa perspectiva, o hip-hop local apresenta o Afro-Ritmos.
O Afro-Ritmos é uma nova proposta cultural que procura fundir ritmos tradicionais negros (marabaixo e batuque) com a capoeira, até chegar no hip-hop. Isso tudo, tendo noções básicas de negritude e resgate da auto-estima de nosso povo e, sobretudo exaltando nossa ancestralidade. O poema musicado “Negras Guerreiras” reflete muito bem essa referência “...Negras parteiras, guerreiras...Mãe Luzia, Guíta, Venina e Maria José Libório...mulheres benzedeiras e cantadeiras...”.
Portanto, acreditamos que é na preservação da nossa memória que se mantém viva a chama da resistência negra. Então, nos 250 anos de Macapá, celebremos os pioneiros da cultura afro-macapaense.

sábado, 12 de janeiro de 2008

TERRAS DE QUILOMBO EM PERIGO

O governo anunciou mudanças na legislação que define os direitos dos quilombolas que prometem levar polêmica à questão. Os integrantes dos movimentos negros acusam a administração federal de ceder à pressão da bancada ruralista. Para eles, é um recuo alterar o Decreto 4.887, de 2003, que prevê a regularização das terras de remanescentes de quilombos. A oposição e os integrantes da bancada ruralista, por sua vez, apresentaram um decreto legislativo, a ser discutido amanhã na Comissão de Agricultura a Câmara, que na prática anula os efeitos do decreto do presidente Lula.

"O governo não nos ouviu para fazer as mudanças e já nos manifestamos contra. Houve um recuo por conta da grande pressão dos ruralistas, latifundiários e multinacionais do setor", disse a assessora política da Coordenação Nacional dos Quilombos, Jô Brandão. A principal mudança, segundo ela, é a que estabelece um limite físico para a ocupação de áreas pelos quilombolas. Assim, eles só poderiam pedir a posse legal das terras que já ocupam. "Se é para fazer a titulação das áreas ocupadas, o governo nem precisa perder tempo", criticou.

Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), as mudanças permitirão que os processos de reconhecimento e titulação se tornem mais imparciais e transparentes, evitando contestações judiciais. Há 590 processos de titulação em andamento.

Presidente da Comissão de Agricultura, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), afirmou que vai pedir urgência na tramitação do projeto que susta o decreto presidencial, de sua autoria. "O ato do presidente Lula passa a legislar ao criar a reforma agrária por decreto." A maior crítica dos ruralistas é a respeito da opção de autodefinição, ou seja, que as próprias comunidades possam se definir como quilombolas. "Nossa proposta sairá vencedora em plenário porque ela segue a Constituição, ao garantir para os quilombolas as áreas em que vivem", disse Colatto.

A nova norma só passará a valer após duas rodadas de consulta aos movimentos sociais envolvidos, como prevê a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
da qual o Brasil é signatário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Willy Miranda É REPRESENTATE DA JUVENTUDE NO CONSELHO NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

A Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), órgão ligado à Presidência da República e liderado pela ministra Matilde Ribeiro, consedeu as boas vindas ao conselheiro representade da Juventude Negra do Brasil Willy Miranda no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR). O Conselho é um órgão colegiado de caráter consultivo e integrante da estrutura básica da Seppir, que tem como finalidade propor, em âmbito nacional, políticas de promoção da igualdade racial com ênfase na população negra e outros segmentos raciais e étnicos da população brasileira. O objetivo do Conselho, além de combater o racismo, é superar as desigualdades raciais, tanto do ponto de vista econômico como social, político e cultural, ampliando, assim, os processos de controle social sobre as referidas políticas. O CNPIR é constituído por 20 representantes efetivos de entidades da sociedade civil, com seus respectivos suplentes, e 20 representantes do governo federal - ministros e secretários de Estado. Sobre a Seppir Criada em 21 de março de 2003, "Dia Internacional Pela Eliminação da Discriminação Racial", a Secretaria Especial de Políticas de Promoção para a Igualdade Racial (Seppir) tem por missão promover a igualdade e a proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos afetados pela discriminação e demais formas de intolerância com ênfase na população negra; acompanhar e coordenar políticas de diferentes ministérios e outros órgãos do Governo Brasileiro para a promoção da igualdade racial; articular, promover e acompanhar a execução de diversos programas de cooperação com organismos públicos e privados, nacionais e internacionais e o cumprimento de acordos e convenções internacionais assinados pelo Brasil, que digam respeito à promoção da igualdade e combate à discriminação racial ou étnica. Além de auxiliar o Ministério das Relações Exteriores nas políticas internacionais, no que se refere à aproximação de nações do Continente Africano, a Seppir tem como referência política o "Programa Brasil sem Racismo" que abrange a implementação de políticas públicas nas áreas do trabalho, emprego e renda; cultura e comunicação; educação; saúde, terras de quilombos, mulheres negras, juventude, segurança e relações internacionais

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

CABOCLA, INDIGENA... DE CORAÇÃO QUILOMBOLA

Roseane Viana... Macapaense, amapaense do berço caboclo, guerreira indígena da Amazônia e nortista africana de coração. É assim que reconheço o trabalho e esforço feito por esta mulher brasileira defensora dos genocídios da população negra na saúde.

Na conclusão do seu curso de Nutrição com seu TCC que diagnosticou a situação nutricional da comunidade quilombola do Curiaú... No ministério da saúde trabalhou no combate a fome das comunidades negras brasileira e enfrentando muitas das vezes situações que fariam á desistir... mas ta ai na luta.

Em poucas palavras para falar de uma grande pessoa!!!