terça-feira, 19 de maio de 2009

Salvador sedia lançamento do


Solenidade no dia 25/5 vai ter a presença do
presidente Lula e do presidente do Senegal, Abdoulaye Wade

A cidade de Salvador, Bahia, foi escolhida para o lançamento do III Festival Mundial de Artes Negras no Brasil. O evento será realizado no dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da Libertação da África, instituída pela ONU, em 1972. A data simboliza a luta e o combate dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação e representa a memória coletiva dos seus povos e o objetivo comum de unidade e solidariedade na luta para o desenvolvimento econômico do continente.

A solenidade de abertura será no Teatro Castro Alves e terá a presença do presidente Lula, do presidente Abdoulaye Wade, do Senegal, dos ministros da Cultura dos dois países e de diversas autoridades. Serão apresentados shows de artistas, como Margareth Menezes, Carlinhos Brown e Gilberto Gil, entre outros.

O tema para este III Festival é “O Renascimento Africano”. Este encontro das culturas e das artes dos povos negros da África, da Europa e da América traçará um amplo painel da influência das tradições, costumes e religiosidade dos povos negros hoje. Será realizado em Dacar, de 1 a 14 de dezembro deste ano. Alguns nomes já estão confirmados, como a cantora Cesária Évora, os instrumentistas Manu Dibango e Salif Keita, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, entre outros.

A responsabilidade da organização artística e cultural da participação do Brasil no Fesman é da Fundação Cultural Palmares, que, em breve, divulga edital com as regras da seleção. A FCP está realizando reuniões nas principais capitais do país com a intenção de mobilizar os artistas para a apresentação de propostas que ajudarão a difundir a participação da cultura negra brasileira no mundo.

O Brasil é o país homenageado nesta edição do festival. Em seguida ao lançamento do III Fesman, serão realizadas uma série de atividades para comemorar a Semana da África em Salvador. Os eventos estarão distribuídos durante toda a semana de 25 a 31 de maio, como exibição de filmes, palestras e shows, a exemplo do Cortejo dos Blocos Afros, no dia 25, às 18h, na praça de Campo Grande.

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Comissão pode votar Estatuto da Igualdade Racial na quarta-feira(20)

A comissão especial que analisa o Estatuto da Igualdade Racial (Projeto de Lei 6264/05, do Senado) se reúne na quarta-feira (20) para votar o substitutivo do relator, deputado Antônio Roberto (PV-MG). O texto seria votado na semana passada, mas a votação foi adiada devido a controvérsias, principalmente em relação à posse da terra para remanescentes de quilombos.

Conforme o substitutivo do relator, remanescentes de quilombos que estejam ocupando suas terras têm direito à sua propriedade definitiva, e o Estado deverá emitir os títulos. Na opinião do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o texto é inconstitucional porque retira o limite temporal de ocupação de terras por quilombolas, previsto na Constituição. Lorenzoni ressalta que somente remanescentes de quilombos que ocuparam suas terras entre 1888 e 1988 podem receber os certificados definitivos de posse.

Antônio Roberto, no entanto, ressalta que esse limite não pode ser estabelecido porque muitas dessas populações foram "espoliadas" após 1988. "Muitas propriedades foram invadidas, não há como fazer essa discriminação", argumentou o relator.

O relator afirmou também que a proposta, por ser polêmica, deverá perder o
caráter conclusivo
e ser enviada ao Plenário depois de ser votada na comissão especial. Em seguida, o projeto voltará para o Senado, por ter sido alterado na Câmara.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vítima de piada racista celebra condenação

Beneficiado por de ter tido o seu nome mantido em sigilo durante todo o processo pelo procurador e juízes do caso, o professor condenado pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF) por crime de racismo, chama-se José Antonio Costa, segundo revelou o Jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Quem revelou sua identidade foi a vítima: o agora agrônomo Ronaldo Santos de Freitas, hoje com 34 anos. Costa foi condenado a pagar multa equivalente a um salário de seu cargo.

Freitas, que hoje trabalha como coordenador de sustentabilidade de uma grande empresa de cosméticos de Belém (PA) comemorou a condenação e diz que nunca esqueceu o constrangimento sofrido na frente de sua turma na Faculdade Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Os professores são formadores de opiniões. Não se pode aceitar esse tipo de piada”, afirmou acrescentando que a condenação servirá de exemplo.

Ele lembra que a aula da cadeira de Leguminosas de Grãos Alimentícios era a primeira do semestre, e que Costa chegou a pedir desculpas. Depois de ouvir calado as piadas racistas, ele e mais três colegas foram à direção da faculdade pedir uma retratação. Uma sindicância chegou a ser aberta na UFRGS, mas concluiu que não havia conotação racista nas afirmações do professor. O ex-universitário diz que sofreu pressão para retirar a ação e quase desistiu da faculdade por causa do episódio. “Só queria estudar, mas virei motivo de piada para outros professores e colegas”, concluiu.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, o professor teria dito durante a aula frases como: “os negrinhos da favela só tinham os dentes brancos porque a água que bebiam possuía fluor” e “negro é que nem inço em plantação de soja, uma vez que nasce é difícil de matar”.

O acusado defendeu-se alegando ter dito as frases sem intenção pejorativa e que valera-se de ditado corrente na zona rural. O advogado do professor Celso Santos Rodrigues, disse que ainda vai recorrer da decisão.


Fonte: Afropress