quarta-feira, 23 de março de 2011

Caminhada marca o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial






















Organizações do movimento social negro realizaram na manhã desta segunda-feira (21), na Praça da Bandeira, uma grande mobilização para marcar o Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial (21/03).
Com o tema “Preconceito e Discriminação – Faça a Diferença! Por um mundo sem Racismo, sem Preconceito, sem Discriminação e com Igualdade”, o ato foi realizado com o propósito de chamar atenção da sociedade amapaense para as desigualdades sociais baseadas nas diferenças de etnias, cor, gênero e crença, além de denunciar as diversas formas de discriminação e suas formas correlatas, como a intolerância religiosa, o sexismo e a homofobia.
A manifestação contou também com uma caminhada no entorno da praça com paradas no palácio do governo do Estado e na sede na Prefeitura de Macapá, em que a coordenação do evento entregou a Carta-Documento apontando políticas e medidas de enfrentamento à discriminação e a superação das desigualdades raciais. “A caminhada é um ato político do movimento negro para alertar toda a sociedade sobre esta problemática e denunciar as diversas formas de discriminação e preconceito que, principalmente, as religiões afro-ameríndias sofrem diariamente”, enfatizou um dos coordenadores da manifestação, professor Roberto Moraes, do Núcleo de Direitos Humanos da Unifap e religioso de matriz afro-ameríndea. “Esta data representa um marco histórico na luta contra a discriminação e a violência racial. É importante frisar que esta é uma problemática em que toda a sociedade deve estar unida para superar tais práticas, por isso agradecemos o empenho da COMIR no apoio deste evento”, destaca Reinaldo Kaiango, representante da Federação dos Cultos Afro-Brasileiros – FECAB.
No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.
No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
O ato contou com o apoio da Prefeitura de Macapá (COMIR/SEMED/COMC), SEED/NEER, UNIFAP e Instituto Amazônia.