quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

E a intolerância continua....



No inicio de dezembro, mas precisamente no dia 05, num sábado, o grupo AFRORITMOS foi convidado pra uma apresentação na ação social promovida pela faculdade UVA. O evento tava uma maravilha com oferecimento de vários serviços à comunidade do bairro do Laguinho, rolou também até uma oficina de penteados afro e tranças.
Entretanto, o barato começou a ficar sinistro quando chegou o momento da nossa apresentação. Ficamos no palco por apenas 10 minutos porque a organização do evento alegou que o tempo estava no limite e o mesmo não aconteceu quando o grupo de tecno melody se apresentou logo após a gente.
Então nossa apresentação deveria ser reduzida. Esta foi a desculpa descabida pra justificar a interrupção da apresntação de um grupo que transpira NEGRITUDE, denuncia o racismo, condena o preconceito e a discriminação, e seus reflexos na sociedade. Mas nossa sociedade hipócrita prefere tapar o sol com a peneira a discutir estas problemáticas que afetam o convívio social. Mais uma vez a intolerância se manifesta, mais um vez o racismo dá sinal da sua existência ao negar que um grupo de jovens negros pudessem expressar por meio do hip-hop o resgate da auto-estima e orgulho de ser negro e denunciar o racismo.
É até irônico: a UVA desrespeitou a comunidade preta amapaense ao mesmo tempo em que é esta mesma comunidade que ocupa os assentos da faculdade. Portanto, neste momento deixo meu manisfeto contra a intolerância promovida pela coordenação do evento da UVA, que por mais que tentem jamais irão calar a voz dos filhos d'África. Enquanto tiver oxigênio no pulmão o grito do povo negro vai ecoar, propagando a luta do povo de ébano por justiça racial, por reparação, igualdade e respeito a diversidade cultural.

"Não é de admirar o eurocentrismo me omitir/ Tentando me negar ou até mesmo me excluir/ Mas não percebe que eu tô em todo lugar/ Seja na terra, água, fogo ou ar"

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