quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Seminário sobre religiões de matriz africana celebra Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa













Entidades ligadas à preservação e valorização das religiões de matriz africana (Liga das Instituições Religiosas Afro-Brasileiras e Ameríndias – LIRA, Associação Beneficente Ylê d’Oxum Apará – ABYOA e Federação de Cultos Afro-Religiosos de Umbanda e Mina Nagô – FECARUMINA) realizaram na última sexta-feira (21), na sede da LIRA, o Seminário “Desconstrução do Imaginário Negativo a respeito das Religiões de Matriz Africana”. Nesta data é celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Participaram do evento representantes das religiões, técnicos da área de educação, militantes do movimento negro, educadores e autoridades, como o vereador e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AP, Washington Picanço.
O evento procurou discutir mecanismos de organização e de enfrentamento às práticas de violência institucional que as religiões enfrentam atualmente e, ao mesmo tempo, capacitar politicamente os adeptos e praticantes das religiões de matriz africana a respeito das políticas públicas voltadas para o segmento.
De acordo com Mãe Iolete, Presidente da Fecarumina e Coordenadora estadual da Rede Nacional de Mulheres de Axé, o evento definiu uma nova etapa que é de aprofundar o diálogo e construir mecanismos dentro do governo e espaços em que essas religiões todas possam ter acesso.
A data foi oficializada pela Lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto de lei para a criação do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi de autoria do deputado Daniel de Almeida (PCdoB-BA). O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído para lembrar a data de morte da iyalorixá (sacerdotisa do candomblé) Gilda do Ogun, em 2000. Mãe Gilda foi acometida por um infarto fulminante ao ver sua foto estampada na capa da Folha Universal com o título de “Macumbeiros charlatões enganam fiéis”. A IURD foi condenada em última instância a indenizar os herdeiros da sacerdotisa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pensamento do Afro-Ritmos




Decidimos aqui apresentar a todas e todos alguns trechos de algumas letras do Afro-Ritmos para apreciação dos nossos visitantes.


Música - Na Roda do Marabaixo (AmapÁfrica)

Na roda do Marabaixo eu canto meu pranto de dor
Na roda do Marabaixo toca o neguinho, dança o da cor...

A diáspora africana ao Amapá chegou
Ao som do Marabaixo, esse é o rufar do tambor
Que reflete o lamento do banzo, a dor
Ou a celebração da liberdade conquistada com muito ardor...

...Cunani, Curiaú, Mazagão
Salve, salve os guerreiros de nossa tradição
Biló Nunes, Zeca Costa e Natalina
Tia Zefinha, Gertrudes, Vó Venina.


Música - Nosso Som


O NOSSO SOM, NEGRO, FORTE E DESTEMIDO
QUE VEM DA ALMA E QUE NUNCA TÁ SOZINHO
TEM SENTIMENTO, FÉ, RESISTÊNCIA
ENVOLVE O INTÍMO, A CONSCIÊNCIA...

NOSSO SOM ECOOU NO NAVIO NEGREIRO
ENFRENTOU OS MAUS TRATOS DO TUMBEIRO
NÃO SE RENDEU E ENCONTROU ABRIGO NO TERREIRO
E SE MANTÉM VIVO DENTRO DE CADA NEGRO...




Mãos que fazem


O fato que vos relato vem diretamente do Quilombo do Curiaú, mais precisamente do Curiaú de Baixo. É lá que habita o personagem principal deste enredo - As Mãos do Tambor". Seu nome é Eduardo da Silva Ramos, ele desenvolveu a arte de confeccionar os tambores do ritmo afroamapaense mais pulsante - o Batuque.
Eduardo herdou a arte de confeccionar tambores de seu avô Manoel Cecílio Ramos. Hoje ele dá continuidade a esta arte que exerce um papel importantíssimo na preservação da cultura bi-centenária do Curiaú. Preocupado com a transmissão de conhecimento (griot) neste ofício, Eduardo já está atribuindo a seus sobrinhos esta missão.
Segundo ele a madeira propícia para os tambores de batuque, que também são conhecidos como "Macaco", é a Macacaúba, que tem em abundância na região e seu som é mais marcante. Já os couros utilizados para cobrir os tambores são os de boi,veado e, em menor escala, os de sucuriju. Além de arte, a confecção dos tambores é uma terapia.
Eduardo Ramos também é responsável pela realização de uma das mais tradicionais festas da comunidade - Festividade de São Sebastião. Este ano, a festividade do santo acontece no período de 13 a 23 de janeiro, sendo que no dia 21 ocorre o batuque em honra ao santo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ministério da Justiça e a questão indígena




Irmãos e Guerrreiros.

Fui o único indígena a estar presente na posse do novo Ministro da Justiça, Sr. José Eduardo Cardoso.

Em contrapartida, foram agentes da PF, havia em torno de 50 agentes da Força Especial e uma bruta estrutura policial para entrada dos convidados.

Ouvi atentamente o discurso do Ministro José Eduardo.

Em nenhum momento ele citou os Povos Indigenas e somente uma vez, falou da Funai que segundo ele, é o órgão "patinho feio" da administração federal.

Ao cumprimentá-lo salientei a importância de haverem indigenas dialogando com ele sobre a politica indigenista pois estávamos em plena Década Internacional do Indio estabelecido pela ONU.

Agora é esperar para ver...

Mais uma inquietação: onde estavam os indígenas que fazem parte da tal Comissão Nacional dos Povos Indígenas?

Marcos Terena


M. MARCOS TERENA
http://marcosterena.blogspot.com
http://twitter.com/MarcosTerena

2011 - ANO INTERNACIONAL DA COMUNIDADE AFRO


No final de dezembro, a Organização das Nações Unidas - ONU, por meio de seu secretário-geral, Ban Ki-moon, instituiu 2011 como o Ano Internacional da Comunidade Afro. Em seu discurso, realizado em Nova Iorque,Ban Ki-moon, o Ano Internacional tentará fortalecer o compromisso político de erradicar a discriminação aos africanos e seus descendentes. A iniciativa também quer promover o respeito à diversidade e herança culturais.
Ban lembrou que as pessoas de origem africana estão entre as que mais sofrem com o racismo, além de ter negados seus direitos básicos à saúde de qualidade e educação.
Com esta iniciativa a ONU pretende resgatar linhas de contatos, restituir aquilo que foi de alguma forma quebrada, aquilo que foi de alguma forma confiscada dos africanos, que é a possibilidade de reestabelecer a ligação natural entre aqueles que residem em África, que continuam a residir em África e a dimensão diaspórica deste mesmo resgate.

Declaração de Durban

A comunidade internacional já afirmou que o tráfico transatlântico de escravos foi uma tragédia apavoradora não apenas por causa das barbáries cometidas, mas pelo desrespeito à humanidade.

O Secretário-Geral concluiu a mensagem sobre o Ano Internacional para os Descendentes de Africanos, a lembrar que a Declaração de Durban e o Programa de Acção que pede aos governos para assegurarem a integração total de afro-descedentes em todos os aspectos da sociedade.