sexta-feira, 13 de julho de 2012

OS HUMANOS MAIS RICOS GENETICAMENTE


O homem mais velho do grupo étnico khoisan, na região sudoeste de África, é agora uma referência para a ciência mundial. O seu genoma completo é hoje apresentado como parte de um estudo dedicado a incluir os grupos étnicos do sul de África no catálogo dos genomas conhecidos. A investigação foi coordenada por Stephan C. Schuster, da Universidade da Pensilvânia, com a colaboração de vários institutos da América, África e Austrália.
A investigação, que faz a capa da mais recente edição da «Nature», conclui que os Khoisan (também conhecidos como bosquímanos) são muito mais diversificados geneticamente do que os europeus. O seu DNA contém mais de uma milhão de variações que até agora não se conheciam.

No estudo, os investigadores explicam que
 “a estrutura genética dos povos indígenas caçadores-recolectores do sul de África, a mais antiga conhecida linhagem do homem moderno, é importante para se compreender a diversidade humana”.

Anteriores estudos genéticos mostravam já que essa etnia divergia geneticamente de outros grupos humanos.

Agora, revelou-se a sequência genética completa do ancião !Gubi, do deserto Kalahari, na Namíbia, e de um banto da África do Sul, neste caso do bispo anglicano e prémio Nobel da Paz Desmond Tutu.

Compararam-se os resultados com outros três Khoisan de diversos sítios de Kalahari. De referir que o grupo banto é predominante na África do Sul e descende de agricultores, enquanto os Khoisan vivem há milhares de anos da caça e da recolecção.

Estes são os que se encontram, na árvore da vida, mais próximos do primeiro humano moderno, que surgiu há 200 mil anos.

Compreender diversas doenças

O estudo identificou 1,3 milhões de variantes genéticas que ainda não tinham sido observadas. Essas variações revelam que os africanos do sul são bastante distintos geneticamente dos europeus, dos asiáticos e mesmo dos africanos ocidentais.
Curiosamente, entre cada um dos khoisan analisados existem mais variações genéticas do que entre um europeu e um asiático, o que prova a sua enorme riqueza genética. Os investigadores acreditam que este estudo pode ser também o início para a compreensão de diversas doenças.

O historial médico da vida de cada um dos participantes acompanhou o estudo, facilitando a identificação de diferenças genéticas que podem ter contribuído para as suas particulares condições de saúde.

Os cientistas esperam que esses genomas possam permitir uma identificação mais precisa das doenças causadas por variações genéticas raras nos africanos do sul e também na população humana em geral.

Matéria extraída da Revista Ciência Hoje

0 comentários:

Postar um comentário