domingo, 5 de dezembro de 2010

E ENQUANTO ISSO NOS BASTIDORES DE BRASILIA!!

Ao menos na Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), ligada à Presidência da República, já é possível notar a influência do ex-todo poderoso ministro chefe da Casa Civil, ex-deputado cassado, José Dirceu, no Governo da presidente eleita Dilma Rousseff, que toma posse no dia 1º de janeiro.

Dois dos três nomes designados para a Equipe de Transição - a atual chefe de gabinete do ministro Elói Ferreira de Araújo, Sandra Rodrigues Cabral, e o gerente de projetos, José Galvão Mesquita, o Bola (foto) - são, há muitos anos, pessoas ligadas e de total confiança do ex-ministro.

Exceto por uma nota publicada no Correio Braziliense e replicada pelas agências de notícias, sobre Bola a nomeação passou despercebida até mesmo por lideranças negras que transitam com regularidade pelos corredores da SEPPIR, na Esplanada, em Brasília.

Dele, sabe-se que já teria exercido a função de segurança e de motorista do ex-ministro e chegou a SEPPIR logo após a queda de Dirceu da Casa Civil, no escândalo do mensalão. A partir daí e, especialmente, com a posse do ex-ministro ministro e Deputado Federal, Edson Santos – também ligado politicamente ao grupo de Dirceu – Bola passou a ser presença constante nos bastidores de todos os eventos e reuniões das quais o ministro participou.

Com a saída de Santos em abril deste ano, para ser candidato à reeleição, e a posse do atual, Elói, Bola foi promovido ao cargo de gerente de projetos, ocupando um DAS (Direção e Assessoramento Superior). Ao todo são seis os níveis de DAS, o mais baixo ganha R$ 2.115 e o mais alto, R$ 11.179. Um ocupante de DAS-5, por exemplo, ganha R$ 8,9 mil por mês.

O terceiro designado pela SEPPIR para a equipe é o Secretário de Ações Afirmativas, Martvs Chagas, que já ocupou o cargo de ministro interino, após a queda da ex-ministra Matilde Ribeiro, em fevereiro de 2.009, por causa do escândalo dos cartões corporativos.

Equipe de Transição

Sandra, Bola e Martvs foram designados pela Portaria 702, da Casa Civil, publicada no Diário Oficial da União no dia 22 de novembro - dois dias após o Dia Nacional da Consciência Negra.

A ex-assessora de Dirceu na Casa Civil Sandra Cabral, foi exonerada pela atual presidente eleita e então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, por ter sido citada no escândalo do mensalão, que derrubou e cassou os direitos políticos do ex-ministro até 2015.

Amiga do ex-tesoureiro Delúbio Soares, também réu no escândalo, Sandra - apontada como uma das interlocutoras do empresário Marcos Valério no Palácio do Planalto -, voltou a Esplanada também pela porta da SEPPIR, junto com Edson Santos.

Ela, porém, sempre negou qualquer envolvimento no caso, alegando ter pedido exoneração em solidariedade a Dirceu.

Sucessão na SEPPIR

Martvs, que pertence a corrente auto-denominada "Campo Étnico e Popular" vem sendo um dos nomes cotados para assumir a sucessão do atual ministro. Além dele, o ex-ministro e atual deputado federal reeleito, Edson Santos, teria a expectativa de um convite por parte da própria presidente eleita; o atual secretário adjunto, João Carlos Nogueira, e o próprio Elói, estariam se movimentando nesse sentido.

Há duas semanas, o deputado federal reeleito, Vicente Paulo da Silva, Vicentinho, disse (sem ser perguntado) que aceitaria assumir o cargo de ministro da SEPPIR, caso convidado por Dilma.

A entrada de Vicentinho na disputa tem sido vista como uma articulação do PT exclusivamente de S. Paulo e cumpriria dois objetivos: retirar do ostracismo lideranças negras paulistas que "caíram" desde a saída de Matilde e abrir espaço para que o ex-deputado José Genoíno, um dos principais acusados no processo do mensalão, mantenha o mandato e se beneficie da imunidade parlamentar. Genoíno é 1º suplente.

Fora do PT, o PC do B aposta no nome da vereadora de Salvador, Olívia Santana. Também a cantora Leci Brandão, eleita deputada estadual pela sigla, em S. Paulo, seria um dos nomes cogitados.
Fonte: afropress.com

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