segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Poesia Preta (Cap. 1)

Após de falarmos um pouco acerca de um ícone da literatura africana, como é o caso de Agostinho Neto. Agora apresentamos um especial "Versos de Ébano" para divulgar a poesia preta de inúmer@s ativistas da causa afro.

Meu partido


Meu partido...

É o berço da humanidade

Terra do povo de ébano

De Reis e Rainhas...

Das Yás e Babás

Das infinitas opulências naturais

Do ouro, diamante e marfim

Que reluz o sorriso negro

Que tem no canto e na dança

Um rito sacro-sagrado de ser

Que nos eleva a orun

Que nos traz axé

No ritmo da vida

No compasso do som do agogô

Dos atabaques e caxixis

Do berimbau e xequerê

Da caixa de marabaixo

Que marca o lamento, o banzo

Do tambor de batuque

Que celebra vida, às vezes sofrida

Mas bem vivida

Da mão de samba, samba de roda e zimba

Samba de cacete, cateretê, maracatu

Carimbó, calango e partido-alto

Esse é o meu partido...

Dos versos versados

Do canto falado, do ladrão de marabaixo

Versos de improviso, de um pulsante “bandaio”

Dos versos de rabiscos

De Solano Trindade a Luis Gama

De Oliveira Silveira a Dagoberto Paranhos

De Carolina de Jesus a Gato Preto

Da poesia quilombola de Creuza Miranda

De Esmeraldina dos Santos

Que na sua simplicidade poética nos encanta

E de nego Sabá, que com sua sabedoria popular muito nos ensina

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