sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Quilombo em festa











O local é o Quilombo do Curiaú. E o que vos relato neste momento une fé, devoção e o rufar dos tambores. Esta simbióse resulta numa das manifestações culturais mais expressivas do Amapá. É a Festa de São Joaquim, festividade afroamapaense com mais de 200 anos de tradição e, que no período de 09 a 18 de agosto, registra mais uma edição desta rica cultura.
Eles e elas são idosos, adultos, jovens e crianças. As mulheres, capricham na indumentária e, seguem para a igreja de São Joaquim, acompanhadas pelos homens e crianças. Todos concentram-se na ladainha e reza em louvor ao santo. Paralelamente, um grupo de homens já prepara uma fogueira para aquecer os couros dos tambores que ditam a efervecência da festa. São pandeiros e tambores (amassador e repinicador)que passam por um processo ritualístico de preparação para o grande momento - batuque.
Ao término da ladainha, os devotos e devotas se dirigem ao barracão onde um "reforçado" caldo de carne de gado é servido aos participantes da festa. Depois do jantar, todas e todos se deslocam para o salão, em que os tambores com seus tocadores e os "cantadores" já estão devidamente posicionados no centro do espaço para iniciar o batuque. A atmosfesra é convidativa e instigante, um ritmo pulsante e envolvente evidencia a felicidade desta gente. Além disso, é distribuída a gengibirra, um aperitivo feito à base de aguardente e gengibre, que eleva ainda a empolgação. Um bailado sem igual, com um movimento único das grandes saias rodando em volta dos tambores espanta o banzo, dos corpos suados deste povo de ébano, que só pára de dançar ao romper a aurora.

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